sábado, 14 de agosto de 2010

"Uma Noite em 67": Ecos da Rebeldia


Documentário de Renato Terra e Ricardo Calil põe na tela o dia 21 de outubro de 67, final do III Festival da Musica Popular Brasileira da TV Record, e relembra o poder dos festivais realizados durante a ditadura militar

Nada mais emblemático dos anos 60, no Brasil, do que os festivais de música popular. Eles canalizavam as reprimidas manifestações políticas, permitindo aos músicos e ao público externar suas frustrações e protestar contra a ditadura dos generais. Com músicas que refletiam as angústias da população, lotavam o auditório da TV Record e ampliavam o clamor de liberdade da maioria silenciosa. Clima que os diretores Renato Terra e Ricardo Calil passam ao espectador através de entrevistas com músicos e jurados em 67 e hoje em seu filme “Uma Noite em 67”.

                 Às vezes dá para sentir que havia algo mais do que competição musical nos festivais. Impressão não descartada por seu produtor, Solano Ribeiro, ao dizer que eles, com o tempo, ganharam clamor político. Este aparece na “polêmica” sobre o uso da guitarra nos arranjos e apresentações dos concorrentes, motivo de passeata e discussão entre os próprios músicos e jurados. Alguns; casos de Caetano Veloso e do crítico, compositor e jornalista Nelson Mota, achavam (e continuam a achar) que o debate era inócuo, secundário, pois se tratava apenas de um instrumento musical. Destituído, portanto, de uso político-ideológico.

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